sexta-feira, junho 02, 2006

Sexta parte de entrevista Inédita (em português) de Tohei sensei

- Pode o senhor explicar o termo ma-ai e como ele está relacionado ao respeito nas relações humanas?
- Nas artes marciais, ma-ai é a distância segura na qual um atacante não pode facilmente alcançar você, seja com as mãos ou com os pés. Eu encontro muitas pessoas que fácil demais entram em outros locais (estranhos), pondo a si mesmos em risco; mesmo policiais que deveriam saber melhor (a não agir desse modo). Se você se mantém na distância correta, você ainda tem tempo de se afastar do ataque ou desarmar o atacante. Mas se você se coloca perto demais, você não pode nem se defender de um bebê querendo arranhar seu rosto. Na vida diária, manter ma-ai significa não machucar ou injuriar outra pessoa, seja com palavras ou atos. Mesmo que você pense estar em bons termos com seu vizinho atualmente, se você remover a cerca entre suas casas, isso irá causar problemas. Boas cercas fazem bons vizinhos. Ma-ai significa respeitar o espaço e a propriedade de outros. De qualquer modo, se você esquece a mente e segue apenas a forma, tudo o que você tem é um ritual vazio. Estudantes devem mostrar respeito aos seus professores atentando às melhores coisas que podem aprender dessas pessoas. Qualquer um tem algo a oferecer. Mesmo assim, muitas pessoas tendem a olhar para os pontos negativos e são rápidos em criticar, não mostrando respeito. As pessoas, hoje em dia, pensam Eu primeiro, e esquecem as outras pessoas. Esse é um erro fundamental. Respeito mútuo é o único caminho.

- O senhor diz que americanos são muito bons em perguntar o porquê, ainda que não pratiquem; e os japoneses são muito bons na prática, ainda que não questionem. Como podemos ter o melhor de ambos os comportamentos?
- Eu não tenho passado muito tempo na América recentemente, então eu não posso dizer se isso mudou, mas os japoneses, definitivamente, ficaram pior. Eles ainda não perguntam o porquê, mas agora eles também não praticam. No passado eles trabalhavam muito arduamente, mas agora os japoneses ficaram preguiçosos. Eles esperam que as coisas sejam feitas para eles. Há um livro publicados anos atrás comparando os japoneses e os judeus, como eles trabalhavam duro e tinham sucesso nos negócios. Na Europa me disseram que havia um grupo no mundo que era amplamente não apreciado. Quem? O japonês! Nada surpreendente quando você observa nossos políticos, que parecem estar trabalhando mais por si mesmo do que pelas pessoas que representam.

- Muitas coisas hoje em dia são impossíveis de serem entendidas ou operadas sem um manual, tanto que muitos jovens japoneses são tão dependentes de manuais que eles não conseguem pensar ou tomar decisões sem os manuais. Como o senhor ensina as pessoas a aplicar as regras de flexibilidade?
- Apenas os fundamentos podem ser escritos em um manual. Você não precisa muita explicação, apenas dar direções claras sobre como fazer algo. Pessoas que estão mais interessadas em explicar do que fazer freqüentemente são inábeis a ensinar como fazer simples tarefas. Eu ouvi histórias sobre algumas pessoas em Mauí que foram mandadas para fixar alguns pregos em suportes para escorar um pilar. Eles fizeram como foi ordenado, mas ninguém mostrou como fazer, e o pilar ficou reto e firme após eles terminarem o serviço. Sendo que os pregos não tinham alcançado o outro lado! O mais importante nos treinos é fazer as pessoas agirem. Nós aprendemos melhor fazendo do que lendo um livro.

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