quarta-feira, maio 28, 2008

A riqueza do Aikidô, em grande parte, vem da abertura que é dada aos professores e alunos de ensinarem e aprenderem, cada um a seu modo. Nessa multivariedade de didáticas e compreensões, muitas vezes iniciam-se conflitos no desejo de descobrir qual o melhor modo (ou, no final das contas, quem é melhor entre nós que tanto brigamos?).

A resposta? Quem sabe? Dizem que a vida só se completa na morte, só então, estamos verdadeiramente prontos. Mas, prontos para quê? Para a vida, horas. Como assim? É preciso morrer, deixar a vida findar para estar pronto pra ela. Claro! Pronto para admitir que a vida que vivemos foi a melhor e mais perfeita dentro de nossas imperfeições.

Aikidô é mais ou menos isso. Estará perfeito quando não mais o praticarmos. Quando chegar o fim, então poderemos afirmar que foi o melhor e, quem sabe, chegou o momento de buscar outros caminhos, outras vias para enriquecer ainda mais uma vida que, por si só, já nos preenche de momentos preciosos.

A técnica? Bom, de tanto repetirmos e tanto nos tornarmos amigos daqueles que conosco praticam, um dia ela será aprendida e bem executada e, mais que isso, satisfatória para todos que participam dela direta ou indiretamente pois, como os anos, mais que derrubar ou ser derrubado, estabelecemos entre os praticantes e amigos uma boa relação de amizade que, por si só, nos impede de sermos egoístas a ponto de bloquear o outro em seu movimento de busca da suprema liberdade em vida.

E ainda assim há tanto a se ver, a se ouvir, a se sentir, a se fazer que é impossível não ser tomado pela dúvida se vale a pena continuar. Por isso devemos continuar, é a única maneira de responder.